quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Trailer




O Curta SVIAZ ficou pronto no início de 2015, mais precisamente no final de abril, a avant-première ocorreu no Cine Santa, em Santa Teresa, bairro histórico do Rio de Janeiro, no dia 26 de junho e ficou em cartaz no mesmo cinema, exibido antes dos longas da última sessão entre os dias 21 de agosto e 11 de setembro de 2015.

O curta foi selecionado para várias mostras e festivais de cinema ou animação no Brasil e no mundo, como o: Anima Mundi, Vitória Cine Vídeo, 12º Dia Internacional da Animação, MUMIA – BH, Cartoon Club, (Itália), Cinetoro (Colômbia), Animasyros (Grécia), entre outros.

Além disso foi agraciado com os seguintes prêmios: prêmio "Filme para Reflexão" selecionado pelo júri da FEPEC (Federação Pernambucana de Cineclubes), no ANIMACINE - II Festival de Animação do Agreste, Mostra Nacional,Gravatá, Caruaru e Bezerros (PE) e Menção honrosa no 9º Mostra Ibero-Americana de cinema de animação, Baixada Animada, participou da Mostra competitiva e foi um dos indicados ao prêmio de Melhor Filme Brasileiro, Duque de Caxias (RJ).

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Gravação do áudio em russo.

Estúdio Garimpo

Gravação do áudio em russo.
Hoje gravamos a voz para o nosso curta.
Depois de traduzido do russo, para o português e da narrativa adaptada, das cidades russas, para o Rio de Janeiro, da primeira metade do Século XX, voltamos ao  poema original em russo, fechando assim o ciclo, retornando à fonte de nossas inspirações.
O poema Sviaz/Casualidade,  será narrado em sua língua de origem, o russo. Voz de Alexey Lazarev, gravação feita gentilmente por Emiliano Sette, no Estúdio Garimpo.Auxiliados pelos ouvidos treinados de Emiliano Sette e Paulo Ferreira nessa gravação, junto à voz grave e cadência precisa de Alexey Lazarev, atingimos o tom que esperávamos para a atmosfera do curta.

Emiliano Sette (pensativo)

Paulo Ferreira (atento)


Alexey Lazarev (aquecimento)
Alexey Lazarev (dentro do aquário)























Agradeço a todos esses valorosos amigos e artistas, a colaboração para que este curta venha à tela. 
Meu muito obrigado, Alexey, Emiliano e Paulo.
Leo Ribeiro
Rio de Janeiro 23/12/2013

quinta-feira, 7 de março de 2013

Conexão ou Casualidade?


Continuamos a produção do curta, enquanto os animadores vão preparando as cenas, os esboços, planejando a animação em seus mínimos detalhes, paralelamente vão surgindo novas idéias. Está é uma vantagem em se trabalhar em um filme independente, poder fazer escolhas e mudanças de rumo no meio da produção, sem precisar pedir licença para ninguém.
Percebemos ao assistir o animatic, que seria interessante modificar a narração do português para o russo, fazendo uma ligação direta com a obra original. Já que transportamos o cenário do conto para o Rio, a sonoridade da língua russa seria usada como uma recondução, uma volta, para as origens da obra.
Assim encontramos um novo parceiro nessa produção, o Escritor, Jornalista e Tradutor Alexey Lázarev. Lázarev nos revelou uma nova tradução do conto de Kharms, onde Sviaz  tem significado de casualidade e não conexão. Abraçamos esse novo significado, dado a nós por Lázarev e em breve gravaremos a narração do curta-metragem na língua russa.

Novo texto base:

Casualidade

Filósofo!

1. Escrevo-lhe em resposta a sua carta, que o senhor está planejando escrever em resposta à carta que eu lhe escrevi.
2. Um violinista comprou um ímã e o levou para casa. No caminho, arruaceiros atacaram o violinista e lhe derrubaram a boina. O vento arrastou a boina, levando-a pela rua.
3. O violinista colocou o ímã no chão e correu atrás da boina. A boina foi parar em uma poça de ácido nítrico e então se reduziu a pó.
4. Enquanto isso os arruaceiros pegaram o ímã e fugiram.
5. O violinista voltou para casa sem paletó e sem boina, porque a boina se reduziu a pó no ácido nítrico, e o violinista, desolado por ter perdido sua boina, esqueceu o paletó no bonde.
6. O cobrador desse bonde levou o paletó para a feira livre e o trocou por duas galinhas vivas.
7. O sogro do cobrador empanturrou-se de frango ao molho pardo e morreu. Levaram o cadáver do sogro do cobrador ao necrotério, mas depois o confundiram e no lugar do sogro do cobrador enterraram uma velhinha qualquer.
8. No túmulo da velhinha colocaram uma cruz branca com a inscrição: "Antônio José de Araújo Martins".
9. Durante onze anos vermes carcomeram a cruz e ela caiu. O sacristão partiu essa cruz em quatro pedaços e a queimou em seu fogão à lenha. A mulher do sacristão preparou uma sopa de couve-flor nesse fogo.
10. Mas quando a sopa já estava pronta, caiu uma mosca da parede, bem na caçarola em que estava a sopa. Deram a sopa para o pobre Timóteo.
11. O pobre Timóteo tomou a sopa e contou ao pobre Nicolau sobre a bondade do sacristão.
12. No dia seguinte, o pobre Nicolau foi à casa do sacristão e pôs-se a pedir esmola. Mas o sacristão não deu nada para Nicolau e o enxotou.
13. O pobre Nicolau ficou extremamente furioso e pôs fogo na casa do sacristão.
14. O fogo se alastrou da casa para a igreja, e a igreja se consumiu.
15. Conduziu-se uma longa investigação, mas não foi possível determinar a causa do fogo.
16. No local onde estava a igreja construíram um clube e no dia da inauguração do clube organizaram um concerto, no qual se apresentou o violinista, que catorze anos antes havia perdido seu paletó.
17. Entre os espectadores, estava o filho de um daqueles arruaceiros, que, catorze anos antes, derrubaram a boina do violinista.
18. Depois do concerto eles foram para casa no mesmo bonde. E, no bonde que vinha atrás deles, o motorneiro era aquele mesmo cobrador, que, um dia, vendera o paletó do violinista na feira livre.
19. E lá vão eles pela cidade afora, tarde da noite: na frente - o violinista e o filho do arruaceiro, e, atrás deles, o motorneiro - o antigo cobrador.
20. Vão sem saber da casualidade entre eles, e morrerão sem saber.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Organização da produção/ pré-produção


O conto foi dividido pelo autor em 20 partes ou trechos, cada parte constituída de uma frase e cada frase forma uma idéia. Inicialmente o pensamento era convidar 20 animadores e cada um ser responsável por uma frase. Mas com a idéia amadurecendo, notou-se que as frases poderiam ser reunidas em conjuntos, assim se poderia realizar o filme com menos animadores, cada um ficando com um conjunto de frases. Como o projeto é coletivo e não existe verba envolvida, trabalhamos voluntariamente e em cooperação, nesse processo houve mudanças do número de trechos para cada animador, a inclusão de novos colegas de empreitada e a saída de alguns colaboradores, resultando na seguinte estrutura. O conto começa com a frase "Filósofo!", depois se seguem as frases numeradas. Criamos assim uma introdução e depois dividimos as cenas por trechos: Introdução (Leo Ribeiro); 01 e 02 (Felipe Thiroux); 03 e 04 (Adriane Puresa); 05 (Anna Thereza); 06, 07, 08, e 09 (Alexandre Bersot); 10 e 11 (Jackson Abacatu); 12, 13, 14 e 15 (Ronaldo Oliveira); 16,17,18,19 e 20 (Leo Ribeiro); Vinhetas numeradas, créditos e título (Diego Akel).

Daniil Kharms
Texto original de Daniil Kharms (Tradução-Graziela Schneider):


Filósofo!

1. Escrevo-lhe em resposta a sua carta, que o senhor está planejando escrever em resposta à carta que eu lhe escrevi.
2. Um violinista comprou um ímã e o levou para casa. No caminho, arruaceiros atacaram o violinista e lhe derrubaram o gorro. O vento arrastou o gorro, levando-o pela rua.
3. O violinista colocou o ímã no chão e correu atrás do gorro. O Gorro foi parar em uma poça de ácido nítrico e então se reduziu a pó.
4. Enquanto isso os arruaceiros pegaram o ímã e fugiram.
5. O violinista voltou para casa sem sobretudo e sem gorro, porque o gorro se reduziu a pó no ácido nítrico, e o violonista, desolado por ter perdido seu gorro, esqueceu o sobretudo no bonde.
6. O motorneiro desse bonde levou o sobretudo para o mercado de pulgas e o trocou por creme de leite fresco, cereais e tomate.
7. O sogro do motorista empanturrou-se de tomate e morreu. Levaram o cadáver do sogro do motorista ao necrotério, mas depois o confundiram e no lugar do sogro do motorista enterraram uma velhinha qualquer.
8. No túmulo da velhinha colocaram uma coluna branca com a inscrição: "Anton Serguêievitch Kondrátiev".
9. Durante onze anos vermes carcomeram a coluna e ela caiu. O sacristão serrou essa coluna em quatro pedaços e a queimou em seu forno. A mulher do sacristão preparou uma sopa de couve-flor nesse fogo.
10.Mas quando a sopa já estava pronta, caiu uma mosca da parede, bem na caçarola em que estava a sopa. Deram a sopa para o pobre Timofiêi.
11.O pobre Timofiêi tomou a sopa e contou ao pobre Nikolai sobre a bondade do sacristão.
12.No dia seguinte, o pobre Nikolai foi à casa do sacristão e pôs-se a pedir esmola. Mas o sacristão não deu nada para Nikolai e o enxotou.
13.O pobre Nikolai ficou extremamente furioso e pôs fogo na casa do sacristão.
14.O fogo se alastrou da casa para a igreja, e a igreja se consumiu.
15.Conduziu-se uma longa investigação, mas não foi possível determinar a causa do fogo.
16.No local onde estava a igreja construíram um clube e no dia da inauguração do clube organizaram um concerto, no qual se apresentou o violinista, que catorze anos antes havia perdido seu sobretudo.
17.Entre os espectadores, estava o filho de um daqueles arruaceiros, que, catorze anos antes, derrubaram o gorro do violinista.
18.Depois do concerto eles foram para casa no mesmo bonde. E, no bonde que vinha atrás deles, o condutor era aquele mesmo motorneiro, que, um dia, vendera o sobretudo do violonista no mercado de pulgas.
19.E lá vão eles pela cidade afora, tarde da noite: na frente - o violinista e o filho do arruaceiro, e, atrás deles, o condutor - o antigo motorneiro.
20.Vão sem saber da conexão entre eles, e morrerão sem saber.



Livre adaptação do conto "Sviaz" de Daniil Kharms para o cenário do Rio de Janeiro entre os anos 20 e 30 do século passado:
Filósofo!

1. Escrevo-lhe em resposta a sua carta, que o senhor está planejando escrever em resposta à carta que eu lhe escrevi.
2. Um violinista comprou um ímã e o levou para casa. No caminho, arruaceiros atacaram o violinista e lhe derrubaram a boina . O vento arrastou a boina, levando-a pela rua.
3. O violinista colocou o ímã no chão e correu atrás da boina. A boina foi parar em uma poça de ácido nítrico e então se reduziu a pó.
4. Enquanto isso os arruaceiros pegaram o ímã e fugiram.
5. O violinista voltou para casa sem paletó e sem boina, porque a boina se reduziu a pó no ácido nítrico, e o violinista, desolado por ter perdido sua boina, esqueceu o paletó no bonde.
6. O motorneiro desse bonde levou o paletó para o mercado de pulgas e o trocou por duas galinhas vivas.
7. O sogro do motorista empanturrou-se de frango ao molho pardo e morreu. Levaram o cadáver do sogro do motorista ao necrotério, mas depois o confundiram e no lugar do sogro do motorista enterraram uma velhinha qualquer.
8. No túmulo da velhinha colocaram uma cruz branca com a inscrição: "Antônio José de Araújo Martins".
9. Durante onze anos vermes carcomeram a cruz e ela caiu. O sacristão partiu essa cruz em quatro pedaços e a queimou em seu fogão á lenha. A mulher do sacristão preparou uma sopa de couve-flor nesse fogo.
10.Mas quando a sopa já estava pronta, caiu uma mosca da parede, bem na caçarola em que estava a sopa. Deram a sopa para o pobre Timóteo.
11.O pobre Timóteo tomou a sopa e contou ao pobre Nicolau sobre a bondade do sacristão.
12.No dia seguinte, o pobre Nicolau foi à casa do sacristão e pôs-se a pedir esmola. Mas o sacristão não deu nada para Nicolau e o enxotou.
13.O pobre Nicolau ficou extremamente furioso e pôs fogo na casa do sacristão.
14.O fogo se alastrou da casa para a igreja, e a igreja se consumiu.
15.Conduziu-se uma longa investigação, mas não foi possível determinar a causa do fogo.
16.No local onde estava a igreja construíram um clube e no dia da inauguração do clube organizaram um concerto, no qual se apresentou o violinista, que catorze anos antes havia perdido seu paletó.
17.Entre os espectadores, estava o filho de um daqueles arruaceiros, que, catorze anos antes, derrubaram a boina do violinista.
18.Depois do concerto eles foram para casa no mesmo bonde. E, no bonde que vinha atrás deles, o condutor era aquele mesmo motorneiro, que, um dia, vendera o paletó do violinista no mercado de pulgas.
19.E lá vão eles pela cidade afora, tarde da noite: na frente - o violinista e o filho do arruaceiro, e, atrás deles, o condutor - o antigo motorneiro.
20.Vão sem saber da conexão entre eles, e morrerão sem saber.



Os animadores convidados para animar os trechos utilizarão técnicas em 2D (recorte - cut-out, animação vetorial, animação tradicional quadro-a-quadro), as vinhetas numeradas e títulos serão animados em stop motion, assim pretendemos alcançar uma variedade de traços, formas e conceitos de animação 2D com o stop motion pontuando e criando um contra ponto rítmico à animação em 2D. Também para dar uma unidade narrativa aos trabalhos de cada animador, foi solicitado que cada um trabalhasse em seu próprio storyboard, posteriormente enviar ao grupo, para uma análise conjunta, afim de se evitar erros de continuidade e narrativos. Também se pensa em adotar uma paleta de cores restrita, envolvendo o preto & branco, talvez mais uma cor pontualmente, ou tons de sépia. Cada animador, descobrirá o melhor caminho durante a produção da animação, propriamente dita.


Stefan Müeller e André Câmara, gravação de som guia.

André Câmara, leitura.

Gravamos um som guia, voz do jornalista André Luis Câmara, esse som guia servirá de base para a preparação do animatic, onde os quadros dos storyboards serão montados em sequência e sincronizados com a narração. Assim cada animador terá uma idéia muito próxima da duração dos trechos que serão animados. Estamos na fase de fechamento dos storyboards e animatic, em breve a animação começará!!!


segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

UM CONTO RUSSO


O animador Léo Ribeiro teve a ideia de animar um conto russo sobre as conexões que a vida faz com histórias paralelas se encontrando o tempo todo. Para essa empreitada Léo convidou  amigos animadores que toparam se aventurar pelos 20 parágrafos do conto, num trabalho coletivo com um único roteiro e usando a mesma técnica, o 2D (desenho animado tradicional).
O storyboard está em fase de finalização e logo o animatic será postado. Antes do filme ficar pronto, todos poderão seguir cada fase do projeto através deste blog.
Animar é dar vida, então podemos dizer que atuamos como verdadeiros Deuses na criação de nossos personagens e universos!